Economia da Eletricidade

Se eu pudesse escolher, todas as escolas de segundo grau estariam ensinando finanças junto com matemática e ciências.”

Gregory Meeks

A economia da eletricidade se tornou fundamental no mundo moderno. O preço da eletricidade afeta a economia, a política e a estabilidade do mundo. Além disso, ele é crescente em decorrência do aumento do consumo.

Introdução

De acordo com o artigo da Revista Exame1, acabou a energia barata. Os seguintes aspectos motivaram esta conclusão:

    • A distância para os novos aproveitamentos hidrelétricos se encontra cada vez maior;
    • As termelétricas utilizam combustíveis fósseis, cujos preços sobem e as reservas diminuem;
    • As fontes alternativas ainda não são economicamente viáveis em grande escala;
    • Os movimentos sociais e ambientais exigem gastos cada vez mais elevados;
    • A presença do Estado afasta os investidores;

A população aumenta e para sustentá-la necessita-se de mais alimentos, remédios, casas etc. Para que isso se torne possível, mais energia se torna necessária.

 Preço da eletricidade

A energia elétrica se tornou o insumo básico da sociedade moderna e, como tal, se encontra sujeita às leis de mercado. Mas quais leis e teorias econômicas se aplicam ao insumo eletricidade? Quanto custa gerar energia elétrica?

Para responder a essas e outras perguntas, se torna necessário conhecer as tarifas no mundo.

A Figura 1 apresenta os preços da eletricidade no mundo (2018 em US$/MWh).

O Turcomenistão possui o menor preço porque fornece eletricidade gratuita para toda a população.

Por outro lado, a Alemanha possui a maior tarifa, na ordem de US$ 400 por MWh, mas exporta equipamentos de alta tecnologia e possui a maior economia da zona do Euro.

Comparações econômicas utilizando a mesma moeda apresentam alguns problemas porque a taxa de câmbio nem sempre reflete o poder de compra da moeda local. Por isso, economistas utilizam o US$(ppp) como moeda de comparação porque esta unidade reflete o poder de compra da moeda local.

Observa-se que o Brasil apresenta um dos preços mais caros do mundo e o maior dentre os BRICS apesar de utilizar predominantemente fontes renováveis.

Isto o coloca em desvantagem com relação aos outros participantes deste grupo de países. Como competir com os produtos chineses se a eletricidade brasileira custa o dobro do preço na China?

Figura 1. Preços de eletricidade

A situação não se altera na América Latina.

A Figura 2 mostra as tarifas residenciais e industriais dos países da América Latina em 2006 incluindo os impostos. 2

Observa-se que, apesar das informações divulgadas, inexiste modicidade tarifária de energia elétrica no Brasil. Na verdade, ela se encontra entre as mais caras da região.

Como explicar que nossa tarifa de energia elétrica seja mais cara do que no Paraguai, Uruguai e Chile?

O Paraguai possui terceira tarifa residencial mais barata da região, e três vezes mais barata do que no Brasil. Como explicar esta diferença se Itaipu fornece energia para os dois países?

A energia na Colômbia, predominantemente hidrelétrica, possui a metade do preço da energia no Brasil.

Para responder a tudo isso, necessitamos conhecer de economia, política e finanças.

Figura 2. Preços de eletricidade na América Latina.