“Irrigação com água do mar dessalinizada por fusão nuclear é uma tecnologia antiga denominada de chuva.”
Michael McClary
A água (Hidro) consiste na substância mais comum na superfície da terra, sendo que os oceanos correspondem a 70% de toda a área do planeta. Além disso, encontramos a água simultaneamente nos três estados da matéria; sólido, líquido e gasoso. Este fato facilitou a existência de vida na terra porque a água funciona como um amortecedor climático e transmissora de energia ao redor do planeta.
Infelizmente, não podemos utilizar a água dos oceanos na geração hidrelétrica. Apesar disso, as hidrelétricas representam a fonte de energia renovável mais utilizada no mundo. Contudo, ela responde por apenas 17% da energia elétrica gerada no planeta, mas, no Brasil, ela responde por mais de 80%.
Por que não se utiliza mais esta fonte de energia no mundo?
Por que os ambientalistas também a combatem apesar de renovável?
Maiores Geradores
A China já se tornou o maior produtor mundial de hidreletricidade seguida pelo Brasil e Canadá.
Observa-se que os quatro maiores produtores; China, Canadá, Brasil, e EUA respondem por 55% da geração mundial.
A geração brasileira aumentou em relação ao ano anterior, mas a chinesa cresceu 25%, representando 30% da produção mundial. Observa-se que a Venezuela e a Suécia deixaram a lista dos dez mais, e a Turquia e o Japão assumiram suas posições.
Figura 1. Maiores Geradores Hidrelétricos
Potência Instalada
A Figura 2 mostra que a China possui o maior parque hidrelétrico em operação, 27% da potência instalada no mundo, e deverá continuar assim por muito tempo.
A potência instalada de hidrelétricas no Brasil superou a dos Estados Unidos pela primeira vez na história.
Por que, a potência instalada não significa necessariamente a maior energia gerada?
O Fator de Capacidade responde essa questão.
Inicialmente, a potência instalada nas hidrelétricas supera a quantidade média de combustível disponível – água. Além disso, dependendo da matriz energética dos países, a estratégia de operação muda. Alguns países operam as hidrelétricas na base e outros as utilizam apenas na ponta.
Por exemplo, os EUA, o Canadá e o Japão aparecem na lista das maiores potências instaladas em posições diferentes do que na lista da energia gerada.
Figura 2. Maiores potências instaladas.
No entanto, observa-se na Figura 3 que, apesar dessas diferenças, o fator de capacidade máximo observado permanece inferior a 60% e o mínimo observado na ordem de 20%.
Por que o fator de capacidade das hidrelétricas é tão baixo? Isto não afeta o preço da energia?
Claramente, as hidrelétricas operam de forma diversificada.
Dois aspectos explicam essas diferenças: filosofia de operação distintas e a hidraulicidade variada.
Dependendo da matriz energética do país, as hidrelétricas operaram na base ou na ponta. Em países com grande participação hidrelétrica, as hidrelétricas operam na base e o oposto ocorre em países com predominância térmica.
Além disso, o comportamento dos rios depende de diversos fatores que serão abordados no Capítulo de Hidrologia. Por isso, a disponibilidade do combustível água difere em função da posição geográfica e do tempo. Por isso, existem períodos secos, períodos úmidos, anos secos e inundações.
Figura 3. Fator de Capacidade das Hidrelétricas
Participação na Matriz Energética
A Figura 4 mostra que apenas a Noruega, Brasil e Canadá utilizam predominantemente a geração hidrelétrica, e apenas este grupo incluindo a Turquia e o Vietnam utilizam mais do que a média mundial. A Turquia e o Vietnam se tornaram a novidade positiva este ano porque ingressaram no grupo, enquanto a Suécia saiu.
No entanto, a situação da Noruega e do Canadá não corresponde à realidade porque eles importam e exportam parcela significativa da sua geração anual. Isto significa que seu risco hidrológico se encontra mitigado pelo parque gerador do restante da Europa e dos EUA, predominantemente térmicos.
Portanto, o Brasil se tornou, na realidade, o país com maior dependência da energia hidrelétrica no mundo. Esta dependência resulta em racionamentos esporádicos de enormes consequências econômicas e políticas.
Figura 4. Participação na Matriz Energética
Referências
- AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA, Key World Energy Statistics ,Paris, disponível em <http://www.iea.org/publications/freepublications/>