turbinas eólicas

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Densidade do Ar

A densidade do ar, assim como de todos os gases, não é constante. Ela depende da temperatura e pressão. A densidade do ar ao nível do mar e a 20°C é de 1,225 kg/m3.

Considerando pressão constante, a densidade varia com a temperatura de acordo com a figura.

 

Equação de Bernoulli


A equação de Daniel Bernoulli (1700 a1782)  estabelece que, para fluidos incompressíveis, sem realização de trabalho e sem transferência de calor, a energia total será constante conforme a expressão abaixo:

eq bernoulli

 

Onde:

  • v é a velocidade;
  • ρ é a densidade do fluido;
  • g é a aceleração da gravidade;
  • h é a altura com relação a um referência;
  • p é a pressão.

As premissas para o uso desta equação são:

  • Fluido sem viscosidade;
  • Escoamento estacionário;
  • Fluido incompressível;

Número de Reynolds


O número de Reynolds define se um fluxo é turbulento ou laminar e é definido da seguinte maneira:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Introdução


As turbinas eólicas podem ser classificadas em:

  • Horizontais;
  • Verticais.

As figuras acima mostram exemplos de ambos os tipos.

No entanto, fica a questão: qual a melhor turbina eólica para a geração de energia elétrica?

A principal vantagem das turbinas verticais é independer da direção do vento mas, apesar disso, as turbinas horizontais dominam o mercado atual de turbinas eólicas para geração de energia.

O principio de funcionamento das turbinas eólicas é o mesmo das turbinas hidráulicas. As diferenças são o fluído de trabalho - ar ao invés da água - e a natureza do fluxo - externo ao invés de interno.

Análise das Turbinas Horizontais


A análise das turbinas eólicas é complexa porque envolve aerodinâmica e mecânica dos fluidos.

Contudo, os conceitos básicos podem ser obtidos a partir de simplificações na análise.

A energia contida no vento horizontal é basicamente sua energia cinética, uma vez que não há variação de pressão nem variação de altitude, conforme a seguinte expressão:

energia c

Onde:

  • E é a energia;
  • m é a massa;
  • v é a velocidade.

A expressão é extremamente simples e conhecida mas, ao tentarmos aplicá-la, surgem as algumas dificuldades:

Qual  a velocidade e qual a massa a serem consideradas?

A figura abaixo apresenta uma primeira aproximação para o fluxo de ar através de um rotor de uma turbina eólica, onde:

  • V∞ é a velocidade do vento muito antes de sofrer influência do rotor;
  • p∞ á a pressão do ar sem sofrer influência do rotor;
  • Ve é a velocidade do vento na esteira do rotor;

fluxo eolico

Considerando a lei da conservação da energia, a energia retirada do vento provocará uma redução na energia contida no vento após a turbina.

Isto implica na redução da velocidade do vento após o rotor e esta velocidade foi chamada de Vw. Esta velocidade está representada distante do rotor porque a presença do mesmo provoca complexas alterações no fluxo de ar.

Quanto menor for esta velocidade, maior será a energia retirada do vento e maior será o impacto ambiental.

A questão da massa a ser considerada é mais complexa.

Uma primeira aproximação é considerar apenas a massa de ar que atravessa o rotor. Desta forma, considera-se apenas a massa de ar contida no tubo fictício, apresentado na Figura anterior.

Isto significa que não existe fluxo de ar para dentro ou para fora deste duto imaginário e, conseqüentemente, a conservação de massa á aplicável a todo o duto conforme a expressão abaixo:

conserva massa    (1)

Onde:

  • ρ é a densidade do ar ;
  • A é a área;
  • V é a velocidade.

A velocidade no disco da turbina está relacionada com a velocidade do vento a montante através do fator de indução de fluxo axial - a - da seguinte maneira:

fator a    (2)

Aplicando esta relação na equação de conservação de massa (1), teremos que:

Ad     (3)

Observa-se que, devido à conservação de massa,  a redução da velocidade do vento, causada pelo rotor da turbina, acarreta um aumento da área do tubo fictício proporcional ao mesmo fator de redução da velocidade.

A redução da velocidade do vento representa uma variação de momento no fluxo de ar, que é causada pela força exercida  pela variação de pressão no rotor da turbina. Matematicamente, isto pode ser escrito da seguinte maneira:

momento (4)

Aplicando a equação de Bernoulli às duas seções do tubo fictício, teremos que:

bernouilli 1 (5)

Considerando o fluido incompressível e o sistema horizontal, teremos que:

bernoulli 2 (6)

Subtraindo as equações acima, teremos que:

bernoulli 3 (7)

Esta expressão demonstra que a variação da velocidade do vento ocorre metade a montante e metade a jusante do rotor da turbina.

Substituindo a expressão (7) na expressão (4), teremos que:

eq ve (8)

A força feita pelo vento no rotor da turbina será dada por:

f vento (9)

Conseqüentemente, a potência será dada por:

eq p vento(10)

Observa-se que a potência de um gerador eólico é proporcional ao cubo da velocidade do vento e à área do rotor da turbina eólica.

Esta expressão pode ser escrita da seguinte maneira:

eq pot eolica(11)

Onde:

  • ρ é a densidade do ar;
  • A é a área do rotor;
  • V é a velocidade do vento;
  • Cp é o coeficiente de potência.

O coeficiente de potência - Cp- é definido como sendo a potência extraída pelo rotor dividida pela potência existente no vento da seguinte maneira:

eq cp (12)

É importante observar que como a densidade do ar é 800 vezes menor do que a densidade da água, a potência de turbinas eólicas é muito menor do que a potência das turbinas hidráulicas.

O coeficiente de potência representa a fração máxima da energia contida no vento que pode ser extraída pela turbina e, combinando as expressões (11) e (12), será igual a:

(13)

Portanto, a potência máxima possível de ser extraída do vento foi calculada por Albert Betz da seguinte maneira:

(14) 

Substituindo este valor de a na eq . 13, teremos que:

(15)

Isto significa que não é possível aproveitar mais do que 60% da potência existente no vento.

Além disso, para otimizarmos a potência eólica, é necessário operar a turbina com velocidade variável e proporcional à velocidade do vento.

A força exercida no rotor também pode ser normalizada considerando a energia do vento como base.

Desta maneira, definimos o coeficiente de torque -CT - de acordo com a seguinte expressão:

A Figura abaixo apresenta os coeficientes de torque e de potência em função de a.

A maneira como a energia do vento é transformada em energia mecânica depende do projeto específico da turbina eólica.

No entanto, a maioria das turbinas atuais, utiliza rotores com determinado número de pás que giram com velocidade angular - ω - paralela à direção do vento e ortogonal ao plano das pás.

As pás giram ao longo da área Ap e, devido ao seu projeto aerodinâmico, criam a diferença de pressão ao longo da área que é responsável pela redução do momento no fluxo do vento e pela conversão de energia da energia do vento em energia mecânica.

O eixo do rotor da turbina é acoplado a um gerador de energia elétrica que completa a conversão da energia mecânica em energia elétrica. Neste processo, o gerador gera um torque, em sentido contrário ao torque exercido pelo vento, que é proporcional à energia elétrica gerada. Em condições de equilíbrio, estes torques se igualam e a velocidade angular permanece constante.

A geração do torque no rotor pela passagem do vento produz um torque igual e contrário no ar. Isto significa que o ar, após o rotor da turbina, adquiri um momento angular com rotação contrária à rotação do rotor, que inexistia no vento a montante da turbina.

Esta variação de momento e velocidade angular representa um aumento na energia cinética, que é compensado pela queda de pressão no ar a jusante do rotor.