Histórico
Tudo começou em 1879, com a inauguração da iluminação elétrica na estação Dom Pedro II (Central do Brasil) no Rio de Janeiro.
Em 1881, foi inaugurada a primeira iluminação pública num trecho do jardim do Campo da Aclamação, a atual Praça da República em São Paulo.
Em 1883 começou a funcionar no Brasil a primeira usina de geração no país; uma unidade termelétrica de 52KW movida a lenha na cidade de Campos no estado do Rio de Janeiro.
Foi o início do serviço público de iluminação na América do Sul.
Neste mesmo ano entrou em operação a primeira usina hidrelétrica em Diamantina, MG.
Em 1904, investidores canadenses e americanos criam a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company com a intenção de explorar praticamente todos os serviços urbanos: transportes, iluminação pública, produção e distribuição de eletricidade, distribuição de gás canalizado e telefonia. Portanto, a primeira empresa de energia elétrica nasceu privada.
Consumo de Eletricidade no Brasil
A Figura abaixo apresenta a evolução do PIB e do consumo de energia elétrica no Brasil.
Observa-se que o consumo de energia elétrica e o PIB são crescentes e correlacionados.
O efeito nefasto do racionamento de energia em 2001 no PIB é bastante claro e o consumo de energia elétrica demorou 2,5 anos para retornar ao nível anterior ao racionamento.
Apesar do forte crescimento econômico, o consumo de energia ainda não atingiu o nível que teria alcançado caso o racionamento não tivesse ocorrrido.
Portanto, o investimento em energia elétrica no Brasil é fundamental tanto para o desenvolvimento econômico como para o desenvolvimento social.
Matriz Energética
A figura abaixo apresenta a matriz atual da geração de energia elétrica no Brasil.
Observa-se o predomínio da geração hidrelétrica, seguido pela geração térmica a gás natural, quando o critério é potência.
Quando o critério é número de usinas, as termelétricas dominam, com a geração térmica a diesel ebagaço de cana.
Tendo em vista que o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, o bagaço de cana é importante combustível de biomassa no Brasil.
Por isso, ele aparece em terceiro lugar na matriz energética e está da ordem de grandeza da geração a gás natural.
Porém, deve-se ter cuidado com esta fonte de energia porque a coleita da cana ocorre apenas em alguns meses do ano e as condições do mercado mundial de açucar e álcool podem afetar a disponibilidade do bagaço.
Em quarto lugar, considerando a potência instalada, estão as térmicas a óleo combustível.
Apesar de serem consideradas, juntamente com as térmicas a diesel, o "patinho feio"da geração de energia elétrica, elas são responsáveis pela segurança do sitema elétrico.
Neste exato momento, elas estão operando a plena carga e deverão salvar o nordeste do racionamento em 2012.
É interessante observar que a geração a carvão e a geração nuclear representam parcelas desprezíveis na matriz brasileira atual.
Sistema de Transmissão
Além das usinas, o Brasil possui as interligações com os países vizinhos conforme mostra a figura abaixo. Estas interligações podem ser consideradas como geração mas, devido às recentes dificuldades com nossos vizinhos, algumas delas não são confiáveis e não estão operando.
A interligação com o Paraguai corresponde à parcela de Itaipu e a interligação com a Argentina não está mais sendo considerada pelo ONS por causa da crise de gás nesse país.
Fonte:ONS
Por sua vez, a interligação com a Venezuela atende apenas parte do sistema isolado e a com o Uruguai serve mais para exportação do que para importação.
Como o sistema elétrico brasileiro é predominantemente hidrelétrico, as usinas estão localizadas em locais cada vez mais distantes dos centros de carga.
Consequentemente, conforme mostra a próxima figura, o sistema de transmissão é gigantesco e cobre uma área equivalente à área dos EUA ou da Europa.
Usinas em Operação
De acordo com a Aneel, existem atualmente 2996 empreendimentos de gera��o de energia el�trica em opera��o no pa�s, totalizando 134 GW de potência instalada, conforme mostra a figura abaixo.
As termel�tricas s�o as usinas mais numerosas no pa�s. Isto significa que existe uma crescente necessidade de mão de obra especializada para projetar, construir, operar e manter estas usinas.
No entanto, como a pot�ncia instalada das hidrel�tricas � normalmente muito maior do que a das termel�tricas, a predomin�ncia, em termos de pot�ncia, � das hidrel�tricas. Isto significa que a energia do sistema brasileiro é extremamente dependente da hidrologia.
Usinas em Construção
Conforme mostra a figura abaixo, existem cerca 152 empreendimentos em constru��o (20 GW).
As eólicas dominam atualmente o n�mero de usinas novas em constru��o e s�o seguidas pelas PCH.
Por�m, quando classificadas por pot�ncia, as hidrel�tricas continuam a dominar, seguidas das t�rmicas.
Usinas Outorgadas mas Paradas
A figura abaixo mostra que existem 546 usinas novas outorgadas mas sem construção iniciada, que totalizam 16.473 MW.
Observa-se que que as Eólicas e as PCHs s�o as mais numerosas.
Quando classificamos por pot�ncia, as térmicas dominam seguidas das eólicas.
Isto significa que todos os tipos de gera��o encontram dificuldades em passar da fase de outorga para a fase de constru��o.
Esses n�meros mostram que a expans�o da gera��o de energia el�trica no pa�s � um assunto extremamente complexo, ainda n�o solucionado e preocupante.