Introdução
Os motores de combustão interna foram concebidos e desenvolvidos no final do século 19 e são considerados uma das mais importantes invenções da humanidade devido à sua aplicação em diversos setores da vida moderna.
Eles competem com os motores elétricos, turbinas a gás e turbinas a vapor em diversas aplicações.
A grande evolução tecnológica ocorrida nos últimos 100 anos foi o aumento da eficiência e a diminuição nas emissões. Atualmente, é possível encontrar motores com 50% de eficiência, sendo as máquinas térmicas mais eficientes encontradas no mercado.
Os motores de combustão interna podem ser classificados de acordo com a Tabela abaixo e podem utilizar combustíveis líquidos ou gasosos.
Ciclo |
Tempos |
|
|
2 |
4 |
Otto |
x |
x |
Diesel |
x |
x |
O ciclo Otto foi desenvolvido por Nikolaus Otto (1832-1891), que inventou o motor com combustão por ignição em 1876.
Normalmente, o motor que utiliza este ciclo necessita de uma ação externa para iniciar a combustão.
Uma solução muito utilizada é a faísca elétrica produzida por uma corrente elétrica. Todos nós conhecemos esta solução como a vela de ignição dos motores de automóveis.
Porém, outras soluções são possíveis. Por exemplo, pode-se utilizar outro tipo de combustível para iniciar a combustão do combustível principal.
O ciclo Diesel foi desenvolvido por Rudolph Diesel (1858-1913) que criou, em 1897, o motor com combustão por compressão.
Ambos os ciclos podem operar com motores a 2 tempos ou 4 tempos.
O motor de 2 tempos funciona com uma explosão a cada revolução do eixo enquanto o motor de 4 tempos funciona com uma explosão a cada duas voltas do eixo.
Os motores de 2 tempos são menores do que os motores de 4 tempos de mesma potência e velocidade.
No entanto, como a admissão de combustível é feita simultaneamente com a exaustão dos gases de combustão, suas emissões são mais elevadas. Por isso, os motores de 2 tempos não são mais utilizados em automóveis.
Contudo, grandes motores de 2 tempos ainda são utilizados na propulsão de navios onde sua baixa rotação é ideal para acoplamento direto com os hélices.
Devido às questões de emissões, os motores de 4 tempos dominam praticamente todo o mercado de geração de energia elétrica.
Contudo, motores de 2 tempos ainda podem ser encontrados em geração de energia em regiões onde a questão das emissões ainda não está sendo considerada.
Finalmente, os motores de combustão interna também são classificados de acordo com a velocidade.
Tipo | Rotação |
Baixa Rotação | <300 rpm |
Média Rotação | 300 <> 1000 rpm |
Alta Rotação | >1000 rpm |
Os motores de baixa rotação são normalmente de 2 tempos e os outros são normalmente de 4 tempos.
O princípio básico de funcionamento dos motores de combustão interna pode ser visto na figura abaixo.
Onde:
b- Diâmetro do pistão (Bore);
l - Comprimento da biela ( Connecting rod);
a- raio do virabrequim (crankshaft);
s - Comprimento (Stroke);
Tdc - Ponto Morto Superior (Top Dead center);
Bdc - Ponto Morto Inferior (Bottom Dead Center);
θ - é o ângulo do virabrequim.
As características do motor de combustão interna são determinadas parâmetros termodinâmicos e geométricos.
O Stroke - S - é duas vezes o raio do virabrequim - a.
O Ponto Morto Superior representa a referência zero para o ângulo do virabrequim e, nesta posição, o volume no cilindro atinge seu valor mínimo, denominado de volume de folga ( Clearance Volume - Vc).
O Ponto Morto Inferior representa o ângulo de virabrequim de 180° e o volume máximo do cilindro - V1.
A Taxa de Compressão - r- é definida como sendo a relação entre o volume máximo e mínimo da seguinte maneira:
É importante observar que a taxa de compressão dos motores é uma relação de volume enquanto nas turbinas a gás a taxa de compressão é uma relação de pressões.
O volume de deslocamento do motor - Vd- é a variação de volume do cilindro vezes o número de cilindros do motor - nc. Este volume é normalmente expresso em litros ou cm3 e está diretamente relacionado com o torque da máquina.
O trabalho realizado pelo pistão é dado pelo produto do volume de deslocamento pela pressão média efetiva do ciclo (mean effective pressure) - Pmep.
Outro parâmetro de projeto importante do motor é a velocidade média do pistão. Como o pistão percorre duas vezes a distância s por volta, a velocidade média será dada por:
A potência do motor será dada pelo produto do torque vezes a velocidade.
Onde nt é o número de tempos do motor as constantes finais são apenas para converter as unidades.
A eficiência do Ciclo Otto depende da taxa de compressão do motor, da rela��o de calor espec�fico e é dada por;